revista puc minas

Engenharia Civil Construção e meio ambiente

Priscila Ramos, aluna do Curso de Engenharia Civil, integra o grupo que analisou a correta gestão dos resíduos sólidos em obra da Arena MRV, prática orientada pelo professor Paulo Henrique Barbosa

A importância da gestão dos resíduos sólidos em um empreendimento

Solo, rocha, tijolo, cerâmica, concreto, madeira, tinta, argamassa, gesso, vidro, plástico. Esses são alguns resíduos gerados na construção de um empreendimento. Para mitigar seus impactos, toda construção precisa apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC), de acordo com a Resolução Conama 307 (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e legislações municipais. O PGRCC é um documento técnico que avalia a quantidade de resíduos sólidos gerados em uma obra de construção civil e qual a destinação e tratamento correto para cada um deles.

Priscila Linhares Ramos, aluna do oitavo período do Curso de Engenharia Civil da PUC Minas Barreiro, conta que a prática extensionista realizada na disciplina de Gerenciamento de Resíduos Urbanos foi importante para todos os alunos que realizaram o trabalho. O grupo de Priscila, que elegeu a obra da Arena MRV, em Belo Horizonte, como campo de estudo, avaliou todas as informações disponibilizadas pelo empreendimento com base nos estudos feitos em aula relacionados à correta gestão dos resíduos sólidos. A partir da análise dos dados, concluíram que as resoluções foram cumpridas e, a partir do relatório de monitoramento avaliado por eles, propuserem melhorias para que a obra seja executada de maneira a se aproximar ao que apresenta o PGRCC, tais como inclusão no relatório sobre a forma de estocagem dos materiais futuramente adquiridos para etapas diferentes da obra e montagem de tendas do tipo gazebo sobre as caçambas ou a cobertura com lonas plásticas. Priscila cita como principal desafio a interpretação das informações fornecidas pelos documentos analisados, PGRCC e relatório de monitoramento, além do cruzamento dos dados e reforça a importância do trabalho para a formação do grupo. “Estar próximo a questões ambientais ligadas à construção civil é de extrema importância para a formação de qualquer engenheiro, independentemente da área de atuação a ser seguida”.

A atividade extensionista é uma prática dos conteúdos da disciplina Gerenciamento de Resíduos Urbanos, principalmente em relação ao diagnóstico, separação e destino final de resíduos de construção civil em empreendimentos. “O objetivo é o aluno compreender e ser capaz de analisar criticamente o desenvolvimento e aplicação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC), conforme a legislação para a sua formação como engenheiro civil, que será responsável pela gestão da execução desses planos nos empreendimentos que estiverem à frente”, explica professor Paulo Henrique Maciel Barbosa, colaborador e orientador da prática. Priscila destaca também a importância de entender a produção de resíduos gerados em cada fase da obra e a necessidade de “refletir e estudar suas consequências, financeira, social e ambientalmente. Com o plano de gerenciamento é possível traçar estratégias para o correto tratamento e disposição desses resíduos, garantindo que o empreendimento não provocará quaisquer tipos de problemas para o meio no qual está inserido”.

A Arena MRV disponibilizou as informações e relatórios aos alunos para que fizessem as avaliações e proposições. “O Plano já estava protocolado na Prefeitura, mas eles sugeriram algumas melhorias interessantes em alguns pontos do relatório. Tenho certeza que foi muito enriquecedor para eles e para nós também”, relata Manuel Gontijo, biólogo da Golder, empresa de consultoria responsável pela coordenação dos programas ambientais da Arena MRV. Para Manuel, a aproximação entre academia e o setor privado é muito relevante. “Com certeza, a academia precisa estar mais próxima do setor privado, das indústrias, dos empreendimentos em geral. O fato de os alunos se prontificarem a tentar entender e ver, na prática, como essas coisas funcionam é bem positivo para todos”.

O professor Paulo Henrique destaca também que, como extensão universitária, a prática tem como “objetivo a participação dos alunos em uma atividade extensionista compartilhando o conhecimento para a resolução e adequação de uma necessidade ou demanda social, nesse caso, no trato e gestão de resíduos da construção civil”. A prática extensionista da disciplina é realizada desde o ano passado e foi adaptada para o formato remoto desde o primeiro semestre de 2020, devido à necessidade de distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. Para o professor Paulo Henrique, a atividade foi bastante exitosa. “Através do formato online conseguimos manter a atuação dos alunos no desenvolvimento prático de melhor gestão de uma necessidade para um empreendimento construtivo, que é a gestão dos seus resíduos, da maneira correta, eficaz, econômica e de acordo com a legislação. Também destaco a possibilidade, através dessa atividade, do desenvolvimento dos alunos em uma ação extensionista, que sempre é louvável tratando-se da sua formação humanística compartilhada com a atuação profissional”, conclui. A prática extensionista também será aplicada na Unidade São Gabriel, no Curso de Engenharia Civil, atrelada ao projeto de extensão Engenharia Sustentável, do Curso de Engenharia Civil da Unidade Barreiro.

Texto
Bruna Santos
Foto
Raphael Calixto
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